domingo, março 23, 2014

Say Something...



Diga algo!

     Estou aqui, ainda estou por aqui. Não posso dizer que esperando que você volte, mas acreditando que esse talvez seja o meu único desejo. 
    Por vezes tentei te mostrar como poderíamos ser felizes juntos. Queria colocar nessa sua cabeça, complicada, a forma como eu vejo o mundo, como lido com os meus sentimentos, como planejava detalhadamente cada minuto do nosso tempo. Aquele filme, aquela pipoca, o brigadeiro... 
    Entre outras palavras, alguns diriam que se trata de um simples encontro, no qual não existe muita cerimônia em se comer pipoca com brigadeiro, mas poucos entendem do que se tratava, sobre quais perspectivas eu visualizava aqueles momentos, inclusive você! É evidente que tínhamos objetivos diferentes, quase sempre, você queria saber de cara o vilão da história ou o mocinho, e na maioria das vezes se orgulhar sobre sua opinião, principalmente quando o quesito era aspecto físico do mesmo. Já eu ficava ali, com olhos grudados na tela concordando com suas teorias e te observando em paralelo, apaixonado por teus lábios, teus olhos refletidos. Em numa rápida oportunidade roubava-te um beijo. O toque sincronizado dentro da tigela de pipoca, me fazia te olhar e ver o teu sorriso em resposta. A disputa pela maior quantidade de brigadeiro. O tapete da sala. As pausas durante o filme. E por fim seu abraço acolhedor, em posição de conchinha. Poderia ficar ali por horas. Não tenho dúvida de que esses foram os melhores filmes que assisti em minha vida. 
    Contudo, toda essa magia era quebrada quando eu percebia que só eu participava, só eu que sentia ao toque, só eu que vivi o que acabei de descrever. Quando me refiro a sentir, é realmente sentir diferente, com a alma. Como se aquele momento não fosse mais existir e fazer dele único. Da maneira como eu senti eu o fiz! E não posso acreditar que você tenha sentido. Lembro-me até hoje de que você disse que não tínhamos tempo para ficar ali, apenas deitados. "Vamos organizar o meu computador?" - Como sempre concordei, quando na verdade queria ficar um pouco mais, sentir um pouco mais. Você não entendia, e nem entende! Esses momentos de "não entendimento" se prolongaram. O dia de chuva, nosso 1 ano de relacionamento, o momento em que acordávamos, o momento em que íamos dormir, o presente que fiz pra você... Dentre todas estas coisas um dia você me perguntou - Qual a razão de você me amar tanto? Óbvio que é uma pergunta simples de responder. Não escolhemos! Acontece! Mas uma teoria que gosto muito: Não é o porque de te amar tanto, mas como eu me sinto quando estou com você ou quando tenho a certeza de que você é real. 
      Esta era minha forma de dizer o quanto eu te amava. Eu sentia isso. Em retribuição você me deu palavras. Promessas do que um dia poderia ser, e nem vi você tentando ser! Você sabe que não só vivemos uma tarde com filmes, pipoca e brigadeiro, como eu descrevi, mas usei destes momentos para lembrar que na simplicidade dos nossos dias, sabíamos quem éramos, o que estávamos fadados a nos tornar. Eu apaixonado pelo o que nem você enxergava de si próprio. E você amante do mundo, ao qual eu só estava de passagem... 




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